Empreendedorismo - Como abrir uma pousada no Brasil?

Empreendedorismo - Como abrir uma pousada no Brasil?

Como abrir uma pousada no Brasil

Inspiradas nas hospedarias do passado, as pousadas são a versão contemporânea daqueles estabelecimentos em que se pode conjugar o aconchego de um lar à isenção de tarefas domésticas proporcionadas pelos hotéis. Elas são fenômenos razoavelmente recentes, mas já estão presentes na maioria das cidades de pequeno e médio porte com vocação turística. Representam alternativa de hospedagem mais acessível, sem que isso signifique ausência de conforto ou charme. Ao contrário, charme, conforto e personalidade são os primeiros pontos em que o empreendedor da área deve investir. As pousadas mais requisitadas têm em comum o respeito às tradições da hospitalidade, integradas a modernos conceitos de conforto e serviços. Tudo pelo prazer de bem receber.

Até alguns anos atrás, hospedagem com conforto, requinte e boa comida eram sinônimos de cidade grande no Brasil. Os novos refúgios, que agora oferecem bem mais que isso, seguem uma tendência nacional e internacional.

O que é preciso para abrir uma pousada no Brasil

Para que uma pousada no Brasil possa ter possibilidades de successo, é preciso ter os seguente fatores:

- Localização. A localização é muito importante porque os clientes procuram lugares bonitos, arborizados, perto de rios, lagos ou do mar, além de silêncio, calma, paz e aconchego. A facilidade de acesso e infraestrutura da região também são aspectos que devem ser levados em consideração por parte do empreendedor.

- Estrutura. E' importante procurar orientação especializada na definição dos espaços por um engenheiro ou um arquiteto que podem definir o correto aproveitamento do espaço e linha de decoração. O número de quartos que uma pousada comporta varia entre 06 e 16 apartamentos, isso em áreas que vão de 720 m² a 3 mil m².

- Equipamentos

Os equipamentos básicos são: 1. Utensílos para cozinha; 2. Móveis (poltronas, camas, armários, etc.); 3. Eletroeletrônicos e eletrodomésticos; 4. Equipamentos e materias de escritório, etc.

- Investimento. O investimento varia de acordo com a estrutura do empreendimento, já que neste tipo de negócio os valores dependem muito do porte. O investimento pode griar em torno de R$ 60 mil a R$ 160 mil.

- Pessoal. Todos os funcionários terão contato direto com os hóspedes e por isso deverão ser, necessariamente, solícitos, gentis e bem apresentados, proporcionando um ambiente familiar, que fuja da padronização dos hotéis. O quadro de funcionários deve contar com: camareiras, faxineiras, recepcionistas, além do gerente. Parte deles podem ser contratados como autônomos, trabalhando somente nos finais de semana e meses de pico. O profissional de turismo bem aceito é aquele que atua quase como um relações-públicas, além de ser paciente e estar sempre atento às necessidades dos hóspedes. Fluência em idiomas também é fundamental. O ideal é que o profissional domine pelo menos o inglês. Saber expressar-se em espanhol e francês também está se tornado importante.

- Estilos. Os estilos adotados pelas pousadas vão dos mais exóticos aos mais adequados, passando pelas sofisticadas, pelas que não aceitam crianças, pelas que fazem de tudo para agradar ao adepto do turismo com adrenalina, ou ainda aquelas que não oferecem luz elétrica (tem gente que acha o máximo). Estilos à parte, o importante é não esquecer do charme - esse conceito subjetivo que significa genericamente uma união entre bom gosto, atenção com detalhes, paixão de servir, conforto compatível com expectativas dos hóspedes, localização privilegiada, construção adequada ao meio ambiente e à região, enfim, o conjunto de fatores que emprestam personalidade única ao local e ao próprio hotel – já que será ele que imprimirá estilo ao estabelecimento.

-O processo de trabalho. Em linhas gerais, as etapas que constituem o dia-a-dia de uma pousada são as seguintes: 1. Receber, atender e alojar os clientes; 2. Arrumação e limpeza dos quartos e da área exterior; 3. Preparação das refeições; 4. Atendimento do bar e do restaurante, além do serviço de quartos; 5. Lavanderia (pode ser terceirizado); 6. Fechar as contas dos clientes e receber; 7. Prestar serviços de reservas, etc.

- Pesquiza de mercado. Bom projeto e administração enxuta não são suficientes para fazer uma pousada sobreviver além da estação. O negócio exige ampla pesquisa sobre a cidade, a demanda de turistas e a concorrência, porque o desempenho desse tipo de empreendimento oscila segundo a situação econômica e a infra-estrutura da região. Além disso, mesmo com condições favoráveis, o empreendimento só vingará se o empresário tiver afinidade com a área.

- Sazonalidade. As pousadas estão entre os empreendimentos que mais sofrem os efeitos da sazonalidade. As localizadas no litoral, costumam ter fila de espera entre os meses de dezembro e fevereiro, mas passada essa época, a taxa de ocupação é mínima. Por sua vez, as Pousadas das regiões de Montanhas não é muito diferente, tendo seu período de maior ocupação em temporada de inverno.

- Nichos de mercado. Alguns novos mercados: 1. Grupos Fechados. Além de turistas avulsos, pousadas podem receber grupos fechados, tais como: maçons, diabéticos, hipertensos, religiosos, estudantes, obesos, e etc. 2. Turismo com Adrenalina. Investir no “turismo com adrenalina” é uma outra opção. Aventureiros em busca de cachoeiras, trilhas pouco exploradas e muita adrenalina. 3. Turismo Rural. Oferecer ao visitante programas que valorizem as atividades rurais (levar o visitante a participar de uma comitiva de gado).

 

Fatores que influenciam nos resultados

- Bom conhecimento do mercado consumidor, fornecedor e concorrência;

- Estrito controle de estoques, receitas e despesas;

- Dedicação;

- Conhecimento do Ramo;

- Qualidade da Mão-de-Obra.

 

Legislação Específica

Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como: - Registro na Junta Comercial; - Registro na Secretária da Receita Federal; - Registro na Secretária da Fazenda; - Registro na Prefeitura do Município; - Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal) - Registro no Sindicato Patronal; - Registro da empresa turística na EMBRATUR; - Filiação à ABAV (para concessão de carta de capacitação técnica); - Registro no Sindetur – opcional.

O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento. Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990). - LEI Nº 9.605/98. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. - DECRETO Nº 84.934/80. Dispõe sobre as atividades e serviços das Agências de Turismo, regulamenta o seu registro e funcionamento, e dá outras providências.

Após serem cumpridos os trâmites acima citados, a empresa providenciará seu registro junto à Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, geralmente, cada estado possui uma entidade que responde pela EMBRATUR. Para obter o registro, basta apresentar a documentação legal da empresa, preencher alguns formulários e pagar uma taxa para adquirir o certificado (que deve ser renovada a cada ano).

 Fonte: www.entrepreneurstoolkit.org

Notas 

Para maiores informações sobre a legislação consultar o site da EMBRATUR.

EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo

Setor Comercial Norte, Quadra 2, Bloco G – Brasília - (DF), 70712-907

Tel. (61) 429 7777